Vila do Forró reúne diferentes gerações que mantêm viva a tradição junina

por Redação Foco SE

Publicado em 07/06/2025,

às 21h45

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Na Vila do Forró, localizada na Orla da Atalaia, a tradição junina vai muito além das bandeirolas e do forró pé-de-serra: ela pulsa no sangue de famílias inteiras que, ano após ano, mantêm viva a chama do São João no ‘país do forró’. Por trás dos acordes da sanfona e dos passos das quadrilhas, há histórias que atravessam gerações.

Pais, filhos, netos, tios e sobrinhos compartilham não apenas o palco, mas também o amor pela cultura nordestina. São famílias que cresceram nos bastidores das festas e hoje protagonizam o espetáculo, levando ao público a força de uma herança construída com afeto, ritmo e dedicação.

A tradição junina se renova a cada geração na Vila do Forró, e a família Casaca de Couro fez questão de garantir que esse legado siga vivo. Vieram juntos aproveitar o espaço com a filha Alice, de apenas 12 anos. Para Joaquim e Lizete, participar desse tipo de evento vai muito além do lazer, é um compromisso com a formação cultural da filha.

“É um investimento na educação futura. É uma forma de preparar nossa filha para continuar valorizando o que é nosso, para que ela tenha sempre o direito e a oportunidade de participar de atividades que fortalecem a cultura como um todo, o teatro, a música, espaços como esse”, afirmou Joaquim da Casaca de Couro.

Para eles, cada passo no arrasta-pé é também um passo na direção de uma infância mais conectada às raízes e tradições nordestinas. E Alice, mesmo jovem, já entende a importância de tudo isso. Com um sorriso tímido, ela disse que adorou ver as quadrilhas e que quer voltar no próximo fim de semana.

De pai para filho

A valorização da cultura sempre teve lugar garantido na família do servidor público Cristiano da Invenção. Ao prestigiar o pai, o artista sergipano Chicão da Praia, que se apresentou no Coreto da Vila, ele fala dos aprendizados que teve na infância.

“Estar aqui, na Vila do Forró, prestigiando o meu pai, Chicão da Praia, não tem preço. Ele já foi tecladista, violeiro e agora sanfoneiro. Desde criança, meus irmãos e eu aprendemos o melhor da arte e da cultura sergipana com ele”, relembrou Cristiano.

Cássia Feitosa, que trabalha como ambulante, aproveitou o movimento da Vila do Forró para levar o filho Davi, de 14 anos, para acompanhá-la na rotina da venda de churros. Para ela, é uma oportunidade de mostrar na prática o valor do trabalho, da responsabilidade e do esforço diário.

“Vender está no nosso sangue. Parte da nossa família é toda de feirantes. Trazer o Davi para me acompanhar e ver como funcionam as vendas aqui é uma forma de ensinar desde cedo o valor do trabalho e da responsabilidade. Ele aprende na prática, do meu lado, como a gente conquista as coisas com esforço e honestidade”, ressaltou.

Encantamento geral

Na programação da Vila, trios de forró, quadrilhas juninas e bandas tradicionais reforçam essa conexão entre o passado e o presente. A cidade cenográfica, o coreto, a capelinha e as bandeirolas se tornam o cenário ideal para o encontro dessas histórias, que se renovam a cada apresentação.

Sergipano raiz, o médico João Júnior não perdeu tempo e veio aproveitar a Vila do Forró com a família. Ele contou que cresceu vendo o pai viver intensamente o período junino, e que fazer parte da festa reforça o elo entre as gerações.

“Trazer meu pai, aos 97 anos, para viver esse momento aqui na Vila do Forró, é uma emoção que não dá para descrever. Como diz aquela música: ‘A casa que vovó morou, o meu pai herdou e passo para mim’. É exatamente isso. Essa é a tradição da gente. O São João faz parte da nossa história, da nossa cultura, é o que nos conecta uns aos outros”, reforçou.

Já a dentista Ana Carla Assunção comentou sobre a satisfação de poder trazer a filha, de apenas 1 ano e 8 meses, para aproveitar a Vila. “Participar desse evento já é maravilhoso, e nesse horário, próprio para crianças, é melhor ainda. Meu esposo e eu estamos contentes em curtir o São João com a nossa filha. Aqui ela encontra outras crianças e pode brincar com segurança, à vontade. Amamos curtir essa época linda e queremos passar as boas memórias para ela”, disse.

O espaço, promovido pelo Governo do Estado, estará aberto até o dia 27 de julho e oferece 60 dias de imersão na cultura sergipana. Além da programação musical e dos espetáculos teatrais, a Vila do Forró abriga também gastronomia típica, produtos da economia solidária e uma estrutura pensada para receber toda a família com segurança e conforto.

País do Forró

O Arraiá do Povo e a Vila do Forró são uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap) e do Banese, em parceria com o Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O projeto conta com o apoio da Energisa, Aperipê TV, Netiz, TV Atalaia, Prefeitura de Aracaju, FM Sergipe e TV Sergipe; e com o patrocínio da Eneva, Iguá Saneamento, Maratá, GBarbosa, Sergas, Deso, Pisolar, Celi Engenharia, Rede Primavera Saúde, SEGV e Indra.

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